As inundações que assolaram o Leste da Líbia no último domingo (3) deixaram um rastro de destruição e morte. A tempestade mediterrânea Daniel atingiu com força a região, provocando o rompimento de duas barragens e inundando cidades e vilas.
Segundo as autoridades locais, o número de mortos pode chegar a 20 mil. Até o momento, foram confirmados cerca de 5 mil óbitos, mas as buscas ainda estão em andamento.
A cidade de Derna, no Golfo de Bomba, foi uma das mais afetadas. As águas da enchente atingiram sete metros de altura e varreram tudo em seu caminho, incluindo casas, pontes e carros.
“Corpos estão por todo lado, dentro das casas, nas ruas, no mar”, disse Emad al-Falah, um trabalhador humanitário de Benghazi. “Perderam-se famílias inteiras.”
Os dois governos rivais da Líbia, o de Unidade Nacional, reconhecido internacionalmente, e o do Leste do país, têm feito esforços para dar resposta à situação. Eles apelaram à ajuda internacional, que já começou a chegar.
Equipes de resgate do Egito, da Turquia e do Catar estão trabalhando na região para ajudar a encontrar os desaparecidos e recuperar os corpos.
O chefe do Conselho Presidencial, Mohamed al Manfi, declarou que “a catástrofe excede a capacidade da Líbia”. Ele insistiu na urgência da ajuda internacional, que ainda está enfrentando dificuldades para chegar à região devido ao difícil acesso.
As chuvas torrenciais que provocaram as inundações foram causadas pela tempestade mediterrânea Daniel. O fenômeno atingiu o Norte da África com força e causou danos também em outros países, como Tunísia, Argélia e Egito.
Em Derna, as enchentes deixaram a cidade em estado de calamidade pública. A infraestrutura foi devastada e a população está sem água, luz e comunicação.
As autoridades locais temem que o número de mortos e desaparecidos continue a crescer nos próximos dias.