Famílias da Reserva Indígena de Dourados iniciaram o plantio de alimentos em terrenos preparados pela Secretaria Municipal de Agricultura Familiar. Esta ação faz parte de um projeto que visa estimular a produção agrícola, com foco nas mulheres indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó.
O preparo do solo, iniciado em maio, é fruto de uma parceria que envolve a Prefeitura de Dourados, a Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas, a Funai, o Governo do Estado e a própria Secretaria de Agricultura Familiar (Semaf). A proposta inclui o cultivo de milho, mandioca, abobrinha, batata, legumes e tubérculos, destinados tanto ao consumo das famílias quanto a programas sociais.
O secretário municipal de Agricultura Familiar, Bruno Cézar Pontim, informou que 32 áreas com potencial agrícola já foram preparadas, enquanto cerca de 20 na aldeia Jaguapiru ainda aguardam intervenções. O plantio abrange hortaliças, mandioca, milho e abóbora para a alimentação local. Além disso, algumas famílias têm vendido sua produção ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Prefeitura.
A coordenadora especial de Assuntos Indígenas, Sandra Rossati Medina, indicou que a iniciativa surgiu a partir de um pedido de mulheres indígenas interessadas em aumentar sua produção. A ação visa apoiar a geração de produtos para consumo familiar e comercialização nas aldeias e nas cidades próximas.
O projeto não apenas prepara o solo com maquinário e orientação técnica, mas também recebe apoio do Governo do Estado com a entrega de sementes e ramas para o cultivo, enquanto a Funai fornece o combustível necessário para o funcionamento dos equipamentos agrícolas. A ação é considerada uma forma de promover segurança alimentar, autonomia econômica e maior protagonismo feminino nas comunidades indígenas.
O prefeito Marçal Filho sublinhou a relevância de dar atenção especial às comunidades indígenas e mencionou investimentos em infraestrutura, como a melhoria das estradas nas aldeias Jaguapiru e Bororó e a implementação do Samu Indígena, que atendará exclusivamente a essa população no Hospital da Missão Caiuá.
Assim, o projeto continua a expandir-se e tem potencial para beneficiar diversas famílias indígenas que buscam alcançar autonomia e qualidade de vida por meio da agricultura sustentável e da valorização de sua cultura local.