A Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) está confirmada para iniciar nesta quarta-feira (6), em São Paulo, apesar do cancelamento do contrato para uso da Praça das Artes, no centro da cidade. A Prefeitura de São Paulo encerrou o acordo com os organizadores na última sexta-feira, alegando que o evento possuía conteúdo de cunho político-ideológico.
Segundo comunicado da Fundação Teatro Municipal, a decisão foi baseada no teor político do evento, o que motivou a suspensão da autorização. O contrato previa que qualquer rescisão deveria ser comunicada com pelo menos 15 dias de antecedência, prazo que não foi respeitado.
Em resposta, os organizadores da Flipei mantiveram a realização da festa literária, que foi transferida para o Espaço Cultural Elza Soares, nos Campos Elíseos, região central. Os eventos musicais dos dias de sexta e sábado foram remanejados para a rua 13 de Maio, no Bexiga.
A programação da festa, que segue até domingo (10), conta com a participação de 220 editoras e oferece mais de 40 debates. Nesta edição, temas como a resistência palestina, tecnologias ancestrais de bem viver e a interpretação das mulheres na América Latina são abordados.
Entre os destaques da Flipei está a presença do historiador judeu Ilan Pappé, reconhecido pelo trabalho sobre a questão palestina, pauta central deste ano. A movimentação dos organizadores reafirma o compromisso em realizar o evento apesar das dificuldades e da retirada do espaço público inicialmente reservado.