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quarta-feira, agosto 20, 2025

Campanha aponta falhas na prescrição hospitalar de antibióticos

Uma pesquisa com 104 hospitais brasileiros, divulgada nesta quarta-feira (20) pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) no âmbito da campanha “Será que precisa? Evitando a resistência antimicrobiana por antibióticos e antifúngicos”, aponta falhas no uso de antimicrobianos nas unidades avaliadas. O levantamento foi realizado pelo Instituto Qualisa de Gestão (IQG) em hospitais públicos e privados.

O estudo indica que cerca de 1 em cada 5 hospitais não ajusta corretamente a dosagem de antibióticos. Entre as instituições pesquisadas, 87,7% ainda adotam prescrição empírica, isto é, sem confirmação laboratorial para orientar a escolha do fármaco e da dose.

Os autores do levantamento ressaltam que a prática de uso excessivo ou inadequado de antibióticos favorece o surgimento de microrganismos resistentes, eleva o risco de infecções hospitalares e acarreta impactos ambientais. Em todos os hospitais avaliados, a pesquisa identificou ausência de protocolos formais para descarte de medicamentos e falta de análise de efluentes hospitalares.

No plano nacional, há estimativas de que infecções resistentes provoquem cerca de 48 mil mortes por ano no Brasil, totalizando mais de 1,2 milhão de óbitos até 2050 se a tendência persistir. Em âmbito global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a resistência antimicrobiana como uma crise silenciosa, responsável por milhões de mortes anuais e com potencial para superar o câncer em número de óbitos até meados do século.

Diante do cenário, a pesquisa e a campanha associada apontam a necessidade de políticas mais rigorosas, protocolos de prescrição e descarte, além de capacitação de equipes hospitalares para reduzir o uso indiscriminado de antibióticos e mitigar a progressão da resistência.

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