Incêndios florestais queimaram mais de 1 milhão de hectares na União Europeia até esta terça-feira (26), segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). O total chegou a 1.028.000 hectares, valor superior à área de Chipre e ao registrado em qualquer ano desde o início dos registros, em 2006.
O recorde anterior ocorreu em 2017, com cerca de 998.000 hectares destruídos. Espanha e Portugal foram os países mais afetados, respondendo juntos por cerca de dois terços da área queimada na UE.
Dados do EFFIS indicam um aumento acentuado dos incêndios entre 5 e 19 de agosto, período que coincidiou com uma onda de calor de 16 dias na Península Ibérica. A onda de calor, que terminou na semana passada, contribuiu para incêndios que provocaram ao menos oito mortes e levaram ao fechamento de estradas e linhas ferroviárias.
Ainda permanecem ativos dez incêndios na região de Castela e Leão, na Espanha, onde cerca de 700 pessoas foram evacuadas. Chamas também seguem em partes do norte espanhol, como Galícia e Astúrias. Em Portugal, temperaturas mais amenas trouxeram alívio e um incêndio em Piódão foi dado como extinto nesta segunda-feira, após 12 dias. O fogo em Piódão consumiu mais de 60 mil hectares, tornando-se o maior já registrado no país.
O EFFIS ressalta que as emissões provenientes dos incêndios florestais na UE somam 38 milhões de toneladas de dióxido de carbono neste ano, acima de qualquer período equivalente registrado anteriormente. Esse volume coloca 2025 no caminho de superar o recorde anual de 41 milhões de toneladas.
Autoridades apontam que as mudanças climáticas têm tornado incêndios, ondas de calor e secas mais frequentes e intensos, enquanto medidas de prevenção, como a limpeza de vegetação seca, continuam relevantes para o controle das chamas.