O Pará perdeu nesta terça-feira (26) um dos principais nomes da cultura popular regional. Mestre Damasceno, 71 anos, morreu na madrugada em Belém. A data coincide com o Dia Municipal do Carimbó.
Ele estava internado desde 22 de junho, em tratamento para um câncer que evoluiu para metástase nos pulmões, fígado e rins.
Na semana passada, durante a 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro, realizada no Centro de Convenções de Belém, o artista foi homenageado. No dia 16 de agosto ocorreu a primeira exibição do documentário “Mestre Damasceno: a trajetória de um afromarajoara” e foi lançado o livro Mestre Damasceno e as Cantorias do Marajó, organizado por Antônio Carlos Pimentel Jr. e ilustrado por Mandy Modesto.
Mestre Damasceno deixou um legado extenso: mais de 400 composições, quatro álbuns lançados e participação em dois documentários. Também fundou o grupo Nativos do Marajó e o Cortejo Cultural Carimbúfalo.
Nascido em 1954 na comunidade quilombola Salvá, na Ilha de Marajó, teve sua obra reconhecida oficialmente em 2023, quando foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará. No mesmo ano, sua trajetória foi celebrada na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, pela Paraíso do Tuiutí; neste ano, recebeu homenagem da escola Grande Rio.
Em nota, o Ministério da Cultura registrou o falecimento e lembrou que, em maio, o artista recebeu a Ordem do Mérito Cultural, a maior condecoração pública do ministério. O Governo do Pará decretou luto oficial de três dias.
Detalhes sobre velório e sepultamento serão divulgados pelos canais oficiais e pelas redes sociais ligadas ao Mestre Damasceno.