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quarta-feira, agosto 27, 2025

Dívida pública cresce 0,71% em julho e supera R$ 7,9 trilhões

A alta dos juros elevou a Dívida Pública Federal (DPF) para R$ 7,939 trilhões em julho, segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira (27). O total avançou 0,71% ante junho, quando estava em R$ 7,883 trilhões, e marca a primeira vez que a DPF supera R$ 7,9 trilhões.

Em julho de 2024, a DPF já havia ultrapassado R$ 7 trilhões. Apesar da alta recente, o estoque permanece abaixo das projeções do Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima o fechamento de 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) ficou em R$ 7,631 trilhões em julho, alta de 0,66% frente a junho (R$ 7,581 trilhões). No mês, o Tesouro resgatou R$ 31,04 bilhões a mais do que emitiu, sobretudo em títulos prefixados, mas a dívida subiu devido à apropriação de R$ 80,94 bilhões em juros.

A apropriação de juros corresponde à incorporação, mês a mês, da correção por juros sobre os títulos ao estoque da dívida. Com a Taxa Selic em 15% ao ano, esse mecanismo pressiona o endividamento público.

Em julho, a emissão de títulos da DPMFi somou R$ 118,26 bilhões, enquanto os resgates atingiram R$ 149,29 bilhões, reflexo do volume elevado de vencimentos no mês.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) aumentou 1,96%, passando de R$ 302,12 bilhões em junho para R$ 308,05 bilhões em julho. A alta refletiu maior valorização do dólar no período (2,66%), atribuída às medidas tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos.

O colchão financeiro da dívida — reserva usada em momentos de aperto ou concentração de vencimentos — recuou de R$ 1,03 trilhão em junho para R$ 988 bilhões em julho. A queda decorreu do resgate líquido observado no mês. Atualmente, o colchão cobre 7,75 meses de vencimentos. Nos próximos 12 meses, estão previstos R$ 1,296 trilhão em vencimentos de títulos federais.

Composição da DPF (junho → julho):
– Títulos vinculados à Selic: 48,16% → 49,25%;
– Títulos corrigidos pela inflação: 26,45% → 26,72%;
– Títulos prefixados: 21,57% → 20,16%;
– Títulos vinculados ao câmbio: 3,82% → 3,87%.

O PAF projeta encerramento do ano nos seguintes intervalos:
– Selic: 48% a 52%;
– Inflação: 24% a 28%;
– Prefixados: 19% a 23%;
– Câmbio: 3% a 7%.

Títulos prefixados oferecem previsibilidade por terem taxa definida na emissão, mas sua emissão tende a recuar em períodos de instabilidade, quando investidores exigem prêmios de juros maiores. Já papéis atrelados à Selic têm atraído demanda devido às sucessivas elevações da taxa básica pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A dívida cambial inclui antigos títulos internos convertidos em dólar e passivos externos.

O prazo médio da DPF subiu de 4,14 para 4,16 anos. Esse indicador, divulgado em anos, representa o tempo médio que o governo leva para refinanciar a dívida; prazos maiores sinalizam maior confiança dos investidores.

Distribuição dos detentores da dívida interna:
– Instituições financeiras: 31,26%;
– Fundos de pensão: 23,49%;
– Fundos de investimento: 21,73%;
– Não residentes (estrangeiros): 9,86%;
– Demais grupos: 13,7%.

A participação de investidores estrangeiros subiu levemente ante junho (9,84%). Em novembro do ano passado, a fatia dos não residentes chegou a 11,2%, o maior percentual desde junho de 2018, quando também alcançou 11,2%.

A emissão de dívida pública é a forma pela qual o governo capta recursos no mercado para cumprir compromissos. Em troca, os investidores recebem a devolução do capital acrescido de correção, que pode seguir a Selic, a inflação, o dólar ou ser prefixada.

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