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quarta-feira, agosto 27, 2025

Vacinação contra HPV avança entre público-alvo, mas é preciso recuperar adesão em faixas etárias mais velhas

O Brasil registrou cobertura vacinal contra o HPV acima da média mundial. Segundo o Ministério da Saúde, 82% das meninas de 9 a 14 anos foram vacinadas, diante de uma média global de 12%.

A cobertura em meninas aumentou em relação a 2022, quando era pouco superior a 78%. O avanço integra o compromisso brasileiro com a Organização Mundial da Saúde de alcançar 90% até 2030, meta vinculada à eliminação do câncer de colo do útero.

O país também ampliou o público-alvo ao incluir meninos na vacinação. A cobertura nessa faixa cresceu de 45,46% para 67,26% em dois anos.

Ações de resgate vacinal foram implementadas para reduzir lacunas na proteção. Em 2024, o Ministério da Saúde identificou 7 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos não vacinados. Em fevereiro de 2025 foi lançada uma campanha prioritária para 2,95 milhões de jovens em 121 municípios com as maiores proporções de não protegidos. Mesmo assim, até o último dia 21 o Ministério contabilizou cerca de 106 mil doses aplicadas nesse grupo.

Estados com grande contingente de não vacinados, como São Paulo e Rio de Janeiro, iniciaram apenas neste mês ações de resgate, o que deve ampliar a adesão nas próximas semanas. No Rio de Janeiro, a estimativa de adolescentes sem proteção é de 520 mil pessoas.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) registrou preocupação com o baixo número de vacinados entre 15 e 19 anos. A entidade também citou dados de pesquisa da Fundação do Câncer que apontam desconhecimento sobre a proteção contra câncer: entre jovens, entre 26% e 37% não sabiam que a vacina previne o câncer do colo do útero; entre adultos responsáveis, o índice foi de 17%.

Entre as medidas recomendadas por sociedades médicas estão campanhas com horários estendidos, oferta de profissionais capacitados para esclarecimentos e articulação entre autoridades, sociedades científicas e organizações da sociedade civil, com foco especial em populações de baixa renda.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que o HPV responde por aproximadamente 99% dos casos de câncer de colo do útero. Para cada ano do triênio 2023-2025, estimaram-se cerca de 17 mil casos novos no país. O vírus também está associado a outros tipos de câncer em homens e mulheres, como nos ânus, pênis, garganta e pescoço, além de causar verrugas genitais.

Por se tratar principalmente de transmissão sexual, a vacinação é mais eficaz quando aplicada antes do início da vida sexual, razão pela qual a rotina do SUS concentra-se em pessoas de 9 a 14 anos. Desde 2014, o Sistema Único de Saúde distribuiu mais de 75 milhões de doses. Em 2024, o calendário passou a prever dose única.

A vacinação contra o HPV será tema na Jornada Nacional de Imunizações, promovida pela SBIm entre 3 e 5 de setembro em São Paulo. Em julho, foi sancionada a lei que institui a Política Nacional para Enfrentamento do HPV, conjunto de medidas voltadas à prevenção, detecção e tratamento.

O Ministério da Saúde informou que tem reforçado parcerias com sociedades científicas, organizações não governamentais e o Ministério da Educação, incluindo ações de vacinação em escolas, campanhas educativas e iniciativas para enfrentar a desinformação.

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