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quinta-feira, agosto 28, 2025

Inteligência artificial surge como aliada no diagnóstico e tratamento do glaucoma

Um algoritmo de inteligência artificial treinado conseguiu identificar a presença de glaucoma a partir de uma única retinografia, segundo relato do coordenador do Setor de Glaucoma do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rodrigo Lindenmeyer. No caso relatado, o sistema apresentou sensibilidade superior à do software incorporado ao aparelho.

A aplicação clínica dessa tecnologia ainda está em fase de pesquisa e exige avaliações adicionais antes de uso rotineiro. Há estimativa de que a incorporação segura e ética da IA na prática médica possa levar cerca de dez anos.

Estudos indicam que cerca de 50% das pessoas com glaucoma no mundo desconhecem a doença. A alta taxa de subdiagnóstico é atribuída a dificuldades de acesso à assistência oftalmológica e à baixa adesão a exames periódicos, mesmo quando a visão aparenta estar preservada.

Especialistas apontam que a IA tem potencial para ampliar o alcance do diagnóstico, ao possibilitar métodos mais baratos, portáteis e acessíveis, especialmente em regiões com menos recursos. A expectativa é que isso contribua para detectar a doença mais cedo e reduzir o número de casos não identificados.

Entenda o glaucoma

O glaucoma é conhecido como “perigo silencioso” por, na maioria dos casos, não manifestar sintomas perceptíveis até fases avançadas. A detecção depende de exame oftalmológico completo, que inclui medição da pressão intraocular, avaliação do fundo de olho e análise do nervo óptico. Em muitos pacientes, a pressão pode estar elevada sem que haja qualquer sensação de desconforto.

O tratamento tem como objetivo controlar a pressão intraocular para evitar progressão e piora do quadro. Danos já instalados ao nervo óptico não são recuperáveis. O manejo inicial costuma envolver colírios; em seguida podem ser utilizados procedimentos a laser e, em último caso, cirurgia.

A prevalência do glaucoma aumenta com a idade, especialmente a partir dos 40 anos, e o risco cresce a cada década. Certos grupos apresentam maior tendência à doença, como afrodescendentes, pessoas de origem asiática, mulheres e indivíduos míopes.

A repórter viajou a convite do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

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