Uma série de atividades em São Paulo discute, nesta semana, o impacto das mudanças climáticas sobre a identidade dos Povos do Xingu. O encontro reúne mulheres ceramistas do povo Wauja, originárias do norte de Mato Grosso.
Até 6 de setembro serão promovidas contações de histórias, conversas e oficinas com objetivo de compartilhar saberes tradicionais e denunciar os efeitos das alterações climáticas nos territórios indígenas.
Na quarta-feira (3/9) haverá oficina de cerâmica no Museu das Culturas Indígenas. As oficinas seguem na quinta e na sexta-feira no Sesc Consolação.
Organizadores relatam redução do cauxi — um material retirado do fundo dos rios que dá liga ao barro utilizado nas peças — o que compromete a produção das panelinhas, peça tradicional na cerâmica Wauja. A diminuição da matéria‑prima é atribuída às mudanças climáticas. O desmatamento ao redor do território também é apontado como motivo de preocupação pela etnia.
Cerca de 500 mulheres Wauja detêm o conhecimento dessa técnica artesanal, segundo informações dos organizadores.
O evento ocorre às vésperas da COP-30, marcada para novembro em Belém (PA), e busca colocar na agenda pública os impactos climáticos sobre povos indígenas do Xingu.
A entrada é gratuita durante os três dias. Informações sobre a programação podem ser obtidas no Museu das Culturas Indígenas e no Instituto Socioambiental.