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quinta-feira, outubro 16, 2025

Polícia Civil identifica suspeito gaúcho que liderou organização por trás do “golpe dos nudes” contra vítimas de MS

A Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (DERF) concluiu investigação sobre uma organização criminosa do Rio Grande do Sul que aplicava o chamado “golpe dos nudes” contra moradores de Campo Grande. O prejuízo apurado até o momento supera R$ 5 milhões.

Segundo as apurações, o esquema começava com a criação de perfis falsos em redes sociais, aparentando ser mulheres jovens, com idade estimada entre 16 e 25 anos. Os perfis sondavam principalmente homens de meia-idade ou idosos, iniciando conversas e trocando imagens íntimas para ganhar a confiança das vítimas.

Após o envio de fotos sensuais, as vítimas eram pressionadas a encaminhar seus próprios nudes. Em seguida, outro contato era feito — geralmente por WhatsApp — por pessoa que se apresentava como familiar da suposta jovem, exigindo pagamento a título de “reparação” por dano moral ou emocional.

Em fase posterior, os golpistas se faziam passar por delegado de polícia e afirmavam que a jovem era menor de idade, alegando que a troca de imagens configuraria crime de pedofilia, o que geraria risco de prisão e exposição pública. Assustadas ou por desconhecimento, as vítimas realizavam transferências repetidas para contas indicadas pelos criminosos.

Os inquéritos foram abertos a partir de registros de ocorrência com relatos idênticos. Investigações financeiras, quebra de sigilos bancários e relatórios do CAOF e das Polícias Civis de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul permitiram identificar os envolvidos, em sua maioria residentes no RS. Parte das contas usadas para recebimento dos valores pertence a pessoas ligadas a detentos do mesmo estado.

Os alvos preferenciais do grupo eram homens com alto poder aquisitivo identificados em redes sociais, mas pessoas de diferentes classes sociais também foram vítimas.

A Justiça de Mato Grosso do Sul decretou a prisão preventiva de Eric Basso da Silva, conhecido como “Chapolin”, apontado como líder da quadrilha. Ele possui antecedentes por porte ilegal de arma e tráfico de drogas, já esteve custodiado em presídios do Rio Grande do Sul e tinha domicílio em Bento Gonçalves (RS).

Após tentativas iniciais de prisão sem sucesso, Eric está foragido. A autoridade judicial determinou o bloqueio de contas bancárias e valores vinculados a ele. As investigações indicam que ele recebeu recursos extorquidos, determinou contas para o recebimento e chegou a contratar um detetive particular para monitorar uma vítima e seus familiares, enviando fotos para manter a pessoa sob ameaça.

Eric e outras 14 pessoas foram indiciados por extorsão e por integrar organização criminosa. Há indícios de ligação dos investigados com a facção conhecida como “Bala na Cara” (BNC), seja por residirem em áreas de domínio da facção, seja por passagens pelo sistema prisional em alas destinadas a seus membros.

Os inquéritos já foram concluídos pela DERF e remetidos ao Poder Judiciário para que o Ministério Público avalie o oferecimento de denúncia. A operação contou com apoio do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Informáticos (DERCC) e da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DPRCPE), ambos do Rio Grande do Sul.

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