O Ministério da Saúde fechou parceria com a biofarmacêutica chinesa Gan & Lee Pharmaceuticals para viabilizar a produção nacional da insulina glargina, de ação prolongada, usada no tratamento dos diabetes tipo 1 e 2.
O acordo foi assinado pelo ministro Alexandre Padilha e envolve a Bio‑Manguinhos (Fiocruz), a Biomm e a Gan & Lee. A previsão inicial é de fabricação de 20 milhões de frascos destinados ao abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
O convênio prevê transferência de tecnologia e cooperação científica entre as partes. Em fase inicial, o envase e a rotulagem ocorrerão no Brasil sob supervisão da Biomm, com uso do insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da parceira chinesa.
Posteriormente, a expectativa é que a fabricação ocorra integralmente no país, no Centro Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE) da Fiocruz, em Eusébio (CE).
A vice‑presidência da Fiocruz participou da assinatura do acordo. O governo destaca que a iniciativa é estratégica para reduzir a dependência externa por insulinas e ampliar a oferta do medicamento no sistema público.
Do ponto de vista econômico, a medida deve fortalecer a cadeia nacional de insumos estratégicos, com efeitos em fornecedores, logística, insumos químicos e biotecnologia. A produção local também tende a gerar economia para o SUS ao reduzir custos de importação e transporte.
A insulina glargina já é comercializada em mais de 30 países. Além da disponibilização desse medicamento, a parceria inclui metas para desenvolvimento de pesquisas e de produtos voltados a cânceres, diabetes, obesidade e doenças autoimunes, bem como para o fortalecimento de estudos clínicos no Brasil.
Entre possibilidades apontadas está o desenvolvimento de medicamentos baseados em análogos do hormônio GLP‑1, que atuam na regulação do apetite, da glicemia e da saciedade, usados em tratamentos de diabetes tipo 2 e obesidade.