O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou da inauguração do escritório da Embraer em Nova Délhi, na Índia. Na ocasião, foram assinados acordos nas áreas de tecnologia, defesa e indústria aeronáutica.
Delegação brasileira fez um balanço da missão à Índia, realizada nesta semana. A Embraer já possui diversas aeronaves operando no país, com modelos voltados a voos regionais que atendem à demanda por menor custo e maior eficiência.
Durante a visita, foi relatado interesse da Força Aérea Indiana na possível aquisição do cargueiro C-390, movimento que pode abrir espaço para transferência de tecnologia e geração de empregos entre os dois países.
No campo comercial, Brasil e Índia definiram um cronograma para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial Mercosul–Índia, atualmente considerado restrito. O governo brasileiro estabeleceu metas de elevar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões em 2025 e US$ 20 bilhões em 2026.
O acordo vigente abrange cerca de 450 linhas de produtos, com reduções tarifárias modestas entre 10% e 20%. A proposta em discussão prevê aumentar o número de produtos beneficiados e aprofundar as preferências comerciais. Também foi fechado um entendimento para ampliar as linhas tarifárias de preferência, com trabalho previsto nos próximos meses para fortalecer a complementaridade econômica e ampliar investimentos.
Antes da viagem, o governo publicou dois decretos relevantes para a relação bilateral: um sobre facilitação de investimentos e outro para evitar a bitributação. A partir da próxima semana, passará a vigorar um visto eletrônico específico para negócios e consultorias, com objetivo de facilitar as transações entre os dois países.
Na área da saúde, houve assinatura de parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e uma empresa indiana, com previsão de transferência de tecnologia para vacinas. No setor de energia, a Petrobras firmou contrato para exportar mais de 6 milhões de barris de petróleo à Índia.
Também foi estendida à Índia a possibilidade de participação nas disputas por blocos para exploração de petróleo no Brasil. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) prevê lançar seis blocos no próximo ano nas bacias de Campos e Santos, com potencial para mais 18 blocos.
A missão brasileira contou com representantes de 20 setores, entre eles agronegócio, tecnologia, energia e saúde.