O governo federal anunciou neste sábado (18) a abertura de um novo edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), com lançamento previsto para dezembro. O programa deve contemplar até 500 projetos e prevê investimento de R$ 108 milhões. O anúncio foi feito em São Bernardo do Campo (SP), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Criada pelo Decreto 12.410/2025, a CPOP oferece suporte técnico e financeiro a estudantes da rede pública em situação de vulnerabilidade social que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
No primeiro edital do programa foram selecionados 384 cursinhos populares, atendendo mais de 12,1 mil estudantes em todas as regiões do país, com investimento total de R$ 74 milhões. Cada unidade selecionada recebeu até R$ 163,2 mil para pagamento de professores, coordenadores e equipe técnico-administrativa, além de auxílio-permanência de R$ 200 mensais para até 40 alunos por cursinho.
O ministro da Educação, Camilo Santana, informou que a expectativa é ampliar o número de cursinhos para cerca de 700 até o fim da atual gestão. Segundo ele, a rede vinha atuando antes do aporte federal e o objetivo agora é consolidar o programa como política pública.
Na mesma ocasião, Santana destacou medidas educacionais acumuladas ao longo das gestões do presidente, citando programas como Prouni, Sisu, Enem e Fies. Também foram mencionadas iniciativas voltadas à alfabetização, ao ensino em tempo integral e o programa Pé-de-Meia, apontado pelo governo como responsável por redução da evasão escolar. Foi lembrada ainda a criação da Universidade Federal Indígena (Unind), com sede em Brasília.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, integrou a comitiva e fez um histórico das políticas de acesso ao ensino superior. Haddad relacionou diferenças de trajetória entre alunos de escolas privadas e públicas e ressaltou que o Prouni foi estruturado para aumentar a representação de grupos minorizados no ensino superior. Ele também recordou que, no passado, havia forte resistência à reserva de vagas para quem concluiu o ensino básico na rede pública; atualmente, as cotas dessa categoria correspondem a metade das vagas ofertadas pelas instituições federais. Segundo o governo, a divisão das vagas por critérios raciais considera a proporção de cada estado.