A menos de um mês da COP30, em Belém, o tema da adaptação climática avança da elaboração de planos para a busca de acordos e financiamentos.
O Relatório de Progresso dos Planos Nacionais de Adaptação foi lançado nesta terça-feira (21) pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O documento mostra que pelo menos 144 países já publicaram seus planos, em sua maioria nações menos desenvolvidas e pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
Os países criaram mecanismos para avaliar vulnerabilidades e riscos climáticos. Entre os perigos mais recorrentes apontados nos planos estão secas, inundações, elevação das temperaturas, subida do nível do mar e alterações no padrão das chuvas.
As ações de adaptação previstas concentram-se, sobretudo, na agricultura, segurança alimentar, recursos hídricos e nas zonas costeiras e marinhas. O relatório indica que alguns países já alinham suas iniciativas ao Objetivo Global de Adaptação.
No Brasil, há implementação do projeto “Marajó Resiliente”, voltado ao setor hídrico. No Peru, há investimentos em proteção de ecossistemas e biodiversidade. Na África, a Zâmbia desenvolve projetos de adaptação da produção agrícola que incluem armazenamento de alimentos com energia solar. No Haiti, foram identificadas iniciativas que combinam cupons de alimentos com associações de poupança e crédito.
A maioria dos planos reconhece diferenças de impacto entre homens e mulheres e faz conexão direta entre adaptação e combate à pobreza.
O relatório também destaca limitações de financiamento para a implementação das medidas de adaptação. A secretaria-executiva da UNFCCC aponta que o debate está mudando da fase de planejamento para a de execução das respostas climáticas e que o roteiro para a COP30 prevê a mobilização de até US$ 1,3 trilhão em financiamento climático.