A retomada das obras da usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na terça-feira (21). A obra está paralisada há cerca de dez anos e representa um custo estimado de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano aos cofres públicos.
A construção, iniciada na década de 1980, encontra-se com cerca de 60% das obras civis concluídas e sem definição sobre a continuidade desde 2015. Durante a audiência foram discutidos os impactos financeiros e as alternativas para a conclusão do empreendimento.
Relatórios citados na sessão incluíram avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) apontando que, na ausência de uma decisão sobre a finalização do projeto, o custo total pode exceder em até R$ 43 bilhões o orçamento originalmente previsto, de R$ 23 bilhões. Também foi apresentado levantamento indicando que o projeto já recebeu investimentos na casa de bilhões de reais.
A usina tem capacidade projetada em torno de 1.405 megawatts. Representantes de órgãos públicos e de trabalhadores do setor participaram da audiência, onde foram debatidas estimativas orçamentárias, riscos financeiros e a necessidade de um encaminhamento definitivo sobre a obra.
A discussão na Alerj evidencia a indefinição do governo federal quanto à conclusão do projeto e a preocupação com os custos contínuos enquanto a usina permanece paralisada.