Dois documentários lançados em outubro reconstituem a trajetória do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar há 50 anos.
O primeiro, A Vida de Vlado – 50 anos do caso Herzog, foi produzido pela TV Cultura — emissora da qual Herzog era diretor na época do assassinato — com apoio do Instituto Vladimir Herzog. Dirigido por Simão Scholz e narrado por Chico Pinheiro, o filme estreou na programação da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. A produção utiliza arquivos inéditos recuperados pelo instituto, além do acervo histórico da própria TV Cultura.
O segundo filme, Herzog – O Crime que Abalou a Ditadura, é uma iniciativa do Instituto Conhecimento Liberta com direção e roteiro de Antônio Farinaci. A obra concentra-se no episódio central do crime, abordando a semana anterior e a semana posterior ao assassinato, a fim de mostrar o modo de atuação da repressão no período.
Devido à escassez de imagens de arquivo para determinadas passagens, a segunda produção recorre a histórias em quadrinhos e a recriações baseadas em depoimentos para ilustrar momentos sem documentação visual. O documentário reúne depoimentos de jornalistas como Dilea Frate, Paulo Markun, Rose Nogueira e Sérgio Gomes, além do filho de Herzog, Ivo Herzog, e do cineasta João Batista de Andrade.
Vladimir Herzog nasceu em 1937 na então Iugoslávia e veio ao Brasil com a família para escapar da invasão nazista. As duas produções buscam preservar e ampliar o registro sobre sua vida e sobre o contexto de violência política em que ocorreu sua morte.



