A cabeleireira angolana Elisângela Maria Torres da Silva, 34 anos, detectou um câncer de mama ao sentir dor no seio ao levantar os braços para tirar a roupa. Ela procurou uma clínica da família em julho de 2024 e foi encaminhada ao Instituto Nacional de Câncer (INCA) III, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, referência no tratamento de câncer de mama.
Elisângela realizou oito sessões de quimioterapia e passou por cirurgia para retirada do tumor na mama esquerda há cerca de um mês. O diagnóstico precoce permitiu que ela participasse, na quinta-feira (23), do desfile de moda realizado pelo INCA como parte das ações do Outubro Rosa.
O INCA estima 73.610 novos casos de câncer de mama no país neste ano. A doença é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil.
A programação do evento incluiu desfile com pacientes como modelos e oferta de serviços de beleza, como cortes, penteados, manicure, maquiagem e doação de perucas. Também foram realizadas sessões de massagem, sorteio de brindes e apresentação da trupe de palhaços Cabeça Oca.
Organizada pelo Serviço Social do Instituto em parceria com o INCAvoluntário, a festa é promovida pelo INCA III há mais de 15 anos. A iniciativa foi criada a partir da demanda das próprias pacientes por atividades no local de tratamento, com o objetivo de oferecer entretenimento, elevar a autoestima e reduzir o estigma em torno da doença.
A Secretaria de Políticas para Mulheres e Cuidados do Rio arrecadou mais de 250 lenços para doação e disponibilizou oficinas para quem aguardava atendimento, como massagem facial, limpeza de pele e oficina de turbantes.
As atividades alcançaram também pacientes internadas e em quimioterapia: equipes visitaram os quartos e ofereceram serviços de beleza e massagens aos que não puderam participar das áreas de convivência.
