A Polícia Federal definiu o plano de segurança para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 10 a 21 de novembro em Belém. As ações da corporação tiveram início em 1º de outubro na capital paraense.
O objetivo anunciado pela PF é proteger um número recorde de delegações internacionais e, ao mesmo tempo, viabilizar o exercício da liberdade de expressão durante o evento.
Três eixos de atuação foram priorizados. O primeiro trata da diplomacia e do atendimento a um contingente excepcional de delegações, cuja diversidade de posições exige esquema de proteção específico às autoridades e coordenação geopolítica intensiva.
O segundo eixo foca na logística. Há reforço nas estruturas de imigração, fiscalização portuária — incluindo o Porto do Outeiro, que deve receber navios de cruzeiro — e segurança aeroportuária, com atuação prevista na Base Aérea de Belém, rota de entrada de autoridades estrangeiras.
O terceiro eixo abrange a garantia das manifestações públicas. A conferência deve concentrar atos de povos originários e movimentos sociais; a PF planeja proteger participantes, estabelecer perímetros e buscar a convivência entre as manifestações e o funcionamento da cidade.
Para executar o plano, a Polícia Federal mobilizou cerca de 1,2 mil servidores, entre policiais e funcionários administrativos. O esquema prevê equipes dedicadas com operação diária no aeroporto e no Porto do Outeiro, além de capacidade investigativa voltada à prevenção de crimes cibernéticos e de terrorismo. Serão realizadas varreduras e medidas anti-bombas.
A COP30 será a primeira edição realizada na Amazônia brasileira. As conferências anteriores foram realizadas em Baku (COP29, 2024), Dubai (COP28, 2023), Sharm el-Sheikh (COP27, 2022) e Glasgow (COP26, 2021).
O governo brasileiro montou uma “Aldeia COP” na Universidade Federal do Pará para receber povos indígenas do país e do exterior. O espaço ocupa 72.695 m², com área construída de 14.903,81 m², e foi preparado desde setembro para acampamento e atividades culturais, políticas e espirituais. A estimativa é de que cerca de 3 mil indígenas sejam hospedados no local durante o evento.
A Aldeia COP é coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa).
