A prévia da inflação oficial mostra que, em outubro, os preços de alimentos e bebidas recuaram 0,02% em média, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) divulgado pelo IBGE. Foi o quinto mês consecutivo de deflação no segmento. De junho a outubro, a queda acumulada chegou a 0,98%.
O IPCA-15 desacelerou para 0,18% em outubro, ante 0,48% em setembro.
Entre setembro de 2024 e maio de 2025, os alimentos e bebidas registraram nove meses seguidos de alta, influenciados por fatores como condições climáticas que prejudicaram a safra. A partir de junho ocorreram cinco recuos seguidos:
– junho: -0,02%
– julho: -0,06%
– agosto: -0,53%
– setembro: -0,35%
– outubro: -0,02%
No acumulado de 12 meses, a inflação de alimentos ficou em 6,26% em outubro, acima da inflação geral medida pelo IPCA-15 no período (4,94%). Esse nível é o menor desde setembro de 2024 (5,22%). Em maio de 2025 o acumulado havia alcançado 8,02%; em setembro de 2024 estava em 7,21%.
O IPCA-15 apura a variação média de 377 produtos e serviços da cesta de consumo de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos. Alimentos e bebidas representam 21,63% do índice.
A alimentação no domicílio — que exclui gastos com lanches, refeições e cafés fora de casa — caiu 0,10% em outubro. No acumulado de 12 meses, esse grupo registrou 5,47%, menor nível desde agosto de 2024 (4,19%).
Itens que mais pressionaram a queda dos preços em outubro:
– cebola: -7,65%
– ovo de galinha: -3,01%
– arroz: -1,37%
– leite longa vida: -1,00%
Cada um desses recuos teve impacto de 0,01 p.p. no índice.
Quatro subitens apresentaram quedas de dois dígitos em outubro:
– pepino: -24,43%
– abobrinha: -20,80%
– morango: -15,63%
– peixe castanha: -12,68%
Apesar das variações, o peso desses itens no índice total não ultrapassa 0,01 ponto percentual.
No intervalo de 12 meses, as maiores quedas foram registradas em batata-inglesa (-39%), feijão preto (-32%), cebola (-27%) e pepino (-27%). Em sentido oposto, os maiores aumentos no período foram observados em café moído (53%), abobrinha (43%) e pimentão (36%).
Outros comportamentos por grupo em outubro:
– tubérculos, raízes e legumes: -2,17%
– hortaliças e verduras: -1,87%
– cereais, leguminosas e oleaginosas: -1,24%
– pescados: -0,98%
– leites e derivados: -0,66%
– aves e ovos: -0,51%
– carnes e peixes industrializados: -0,24%
– carnes: -0,05%
– bebidas e infusões: 0,01%
– enlatados e conservas: 0,22%
– panificados: 0,23%
– frutas: 2,07%
– óleos e gorduras: 2,18%
O IBGE destaca que a reversão das altas acumuladas entre setembro de 2024 e maio de 2025 ocorreu gradualmente a partir de junho, resultando na sequência de cinco quedas até outubro.



