22.1 C
Dourados
domingo, outubro 26, 2025

Saldo das contas externas registra déficit de US$ 9,8 bilhões em setembro

O Banco Central informou nesta sexta-feira (24) que as contas externas do Brasil registraram saldo negativo de US$ 9,774 bilhões em setembro. No mesmo mês de 2024, o déficit em transações correntes havia sido de US$ 7,383 bilhões.

A deterioração interanual decorreu de duas frentes principais: recuo de US$ 2,2 bilhões no superávit comercial e aumento de US$ 946 milhões no déficit de renda primária, que inclui pagamentos de juros, lucros e dividendos. Houve, por outro lado, redução de US$ 640 milhões no déficit de serviços e aumento de US$ 115 milhões no superávit de renda secundária.

Nos 12 meses encerrados em setembro, o déficit em transações correntes atingiu US$ 78,947 bilhões, equivalente a 3,61% do PIB. No período equivalente encerrado em setembro de 2024, o resultado em 12 meses foi deficitário em US$ 49,769 bilhões, ou 2,23% do PIB.

Segundo o Banco Central, as transações correntes vinham exibindo uma tendência de redução dos déficits em 12 meses, padrão que se inverteu a partir de março de 2024. Ainda assim, o déficit externo está sendo financiado por capitais de longo prazo, principalmente por investimentos diretos no país, considerados de boa qualidade.

Balança comercial e serviços

Em setembro, as exportações de bens somaram US$ 30,686 bilhões, alta de 7% sobre igual mês de 2024. As importações alcançaram US$ 28,362 bilhões, aumento de 17,4% na comparação anual, marcando recorde mensal, influenciado pela compra de uma plataforma de petróleo avaliada em US$ 2,4 bilhões.

Com esses fluxos, a balança comercial teve superávit de US$ 2,324 bilhões em setembro, ante US$ 4,524 bilhões em igual mês de 2024.

A conta de serviços registrou déficit de US$ 4,904 bilhões em setembro, ante US$ 5,544 bilhões em setembro de 2024. Despesas líquidas com telecomunicação, computação e informação caíram 12,2%, para US$ 735 milhões, e gastos líquidos com transportes recuaram 7%, para US$ 1,352 bilhão. Serviços de propriedade intelectual, associados a plataformas de streaming, aumentaram 64,9%, para US$ 1,214 bilhão.

No item viagens internacionais, o déficit ficou estável em relação a setembro de 2024, em US$ 1,304 bilhão, resultado de US$ 596 milhões em receitas (gastos de visitantes estrangeiros no Brasil) e US$ 1,899 bilhão em despesas de brasileiros no exterior.

Rendas

O déficit em renda primária atingiu US$ 7,635 bilhões em setembro de 2025, alta de 14,1% sobre os US$ 6,690 bilhões registrados em setembro do ano anterior. A conta tende a ser deficitária devido ao volume de investimentos estrangeiros no país, cujos lucros são remetidos ao exterior.

A renda secundária apresentou superávit de US$ 441 milhões no mês, ante US$ 327 milhões em setembro de 2024.

Financiamento

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 10,671 bilhões em setembro, contra US$ 3,861 bilhões em igual mês de 2024. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 75,843 bilhões (3,47% do PIB) em setembro, ante US$ 69,033 bilhões (3,18% do PIB) no mês anterior e US$ 69,315 bilhões (3,11% do PIB) no período encerrado em setembro de 2024.

Em investimentos em carteira no mercado doméstico houve entrada líquida de US$ 4,429 bilhões em setembro, composta por ingressos líquidos de US$ 5,001 bilhões em títulos da dívida e saídas líquidas de US$ 572 milhões em ações e fundos. Nos 12 meses encerrados em setembro, o saldo líquido desses investimentos foi de US$ 4,9 bilhões.

O estoque de reservas internacionais chegou a US$ 356,582 bilhões em setembro, alta de US$ 5,815 bilhões em relação ao mês anterior.

OUTRAS NOTÍCIAS

REDES SOCIAIS

6,845FãsCurtir
127SeguidoresSeguir
6,890InscritosInscrever

VÍDEOS