Festas populares, animais do Cerrado e manifestações de fé compõem o universo pictórico de Antônio Poteiro, marcado por cores vivas e por um imaginário popular brasileiro.
Nascido em outubro de 1925, em Portugal, mudou-se para o Brasil ainda criança. Viveu em São Paulo, Araguari e Uberlândia, mas foi em Goiânia que consolidou sua produção artística. Registrado como Antônio Batista de Souza, passou a ser conhecido como Poteiro em razão dos potes de cerâmica que produzia.
O contato inicial com a cerâmica ocorreu na confecção de peças utilitárias. Posteriormente, essa técnica foi incorporada às suas esculturas e à linguagem plástica que desenvolveu ao longo da carreira.
As obras exibem cenas do cotidiano e paisagens do Centro-Oeste. A produção reúne pinturas e cerâmicas que privilegiavam um plano bidimensional — resultado da opção por não empregar técnicas de perspectiva — e um detalhamento minucioso das cenas.
Considerado um dos nomes da chamada arte naïf — produzida por artistas sem formação acadêmica —, Poteiro construiu uma estética própria, desvinculada de escolas formais.
O artista faleceu em 2010, aos 84 anos. A exposição “Antônio Poteiro: a Luz Inaudita do Cerrado” está em cartaz na Caixa Cultural, em Fortaleza, até domingo, 2 de novembro. A entrada é gratuita.



