18 C
Dourados
quinta-feira, outubro 30, 2025

Governo Central registra déficit primário de R$ 14,5 bilhões em setembro

O déficit primário do Governo Central aumentou em setembro de 2025, segundo relatório do Tesouro Nacional divulgado nesta quinta-feira (30). No mês, o conjunto formado pelo Tesouro, Banco Central e Previdência Social registrou resultado negativo de R$ 14,5 bilhões, ante déficit de R$ 5,2 bilhões em setembro de 2024 — alta real de 166,6% pelo IPCA.

O Tesouro atribuiu o pior desempenho à elevação das despesas em ritmo superior ao das receitas. Em termos reais, a receita líquida subiu 0,6% (R$ 1,1 bilhão), enquanto as despesas totais cresceram 5,7% (R$ 10,2 bilhões) na comparação anual.

O resultado de setembro ficou acima do esperado pelo mercado. A pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda apontava previsão média de déficit de R$ 6 bilhões para o mês.

No acumulado do ano, o Governo Central registra déficit primário de R$ 100,4 bilhões, montante 9,1% inferior ao observado no mesmo período de 2024 (R$ 103,6 bilhões, já corrigido pela inflação). O saldo agregado combina superávit de R$ 185,9 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central com déficit de R$ 286,3 bilhões da Previdência Social.

O resultado primário exclui o pagamento de juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias e o novo arcabouço fiscal fixam meta de déficit primário zero para o Governo Central, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo. No limite inferior, isso equivale a um déficit de até R$ 31 bilhões.

Detalhes por componentes mostram aumento de 5,8% na receita líquida em termos nominais em setembro; descontada a inflação pelo IPCA, a alta foi de 0,6%. Esse crescimento foi puxado principalmente pelo aumento real de 11,9% (R$ 6,2 bilhões) na arrecadação líquida destinada à Previdência, influenciada pela melhora do mercado de trabalho e pelo aumento dos recolhimentos do Simples Nacional previdenciário, segundo o Tesouro.

As despesas subiram 11,2% em valores nominais e 5,7% em termos reais. O avanço concentrou-se nas despesas discricionárias, que cresceram 100,9% (R$ 10,6 bilhões). Entre os itens que mais contribuíram estiveram pagamentos em ações de saúde (R$ 4,1 bilhões) e demais despesas (R$ 2,9 bilhões).

O relatório também informou que a comparação interanual foi afetada pela antecipação, em setembro de 2024, de pagamento de R$ 4,5 bilhões (a preços de setembro de 2025) de precatórios federais previstos para 2025 relativos ao estado do Rio Grande do Sul, devido à situação de calamidade pública. Os precatórios são débitos decorrentes de sentenças judiciais definitivas. A antecipação reduziu despesas registradas nas rubricas de benefícios previdenciários e de pessoal e encargos sociais na comparação entre setembro de 2024 e setembro de 2025.

OUTRAS NOTÍCIAS

REDES SOCIAIS

6,841FãsCurtir
127SeguidoresSeguir
6,890InscritosInscrever
spot_img

VÍDEOS