A Caixa Econômica Federal informou, nesta segunda-feira (3), que, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), lançou uma plataforma para mensurar o carbono incorporado em empreendimentos habitacionais financiados pelo banco. O objetivo é melhorar projetos estruturais e reduzir o consumo de materiais, com impacto direto na queda das emissões de CO₂ e na diminuição dos custos de produção.
Batizada Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), a ferramenta foi apresentada durante o evento “Habitação de baixo carbono: experiências globais e soluções locais”, em São Paulo. O foco inicial será nos projetos estruturais de empreendimentos imobiliários, especialmente os vinculados ao programa Minha Casa, Minha Vida.
A plataforma permite avaliar o impacto de empreendimentos por tipologia construtiva, número de pavimentos, elementos estruturais (como vigas e pilares) e tipos de materiais. Também possibilita a comparação entre diferentes projetos e a referência em relação às melhores práticas do mercado. Haverá ainda uma área pública para consulta da linha de base de carbono de diversos tipos de construção.
A iniciativa deve fornecer subsídios para as políticas habitacionais da Caixa e estimular a adoção de métodos sustentáveis no setor da construção civil. A abrangência da ferramenta alcançará projetos financiados pela instituição, com potencial de uso em larga escala.
O setor de construção civil tem papel relevante na economia: representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto e responde por aproximadamente 20% a 25% do emprego no país. A plataforma mira justamente reduzir a pegada ambiental desse segmento sem aumentar o custo final das habitações.
Em conjunto com o lançamento da BIPC, a Caixa anunciou novas metas de sustentabilidade. Entre elas, a ampliação das linhas de crédito verde, priorizando investimentos com impacto positivo ambiental e social. A meta é aumentar em 50% a carteira de crédito verde até 2030, alcançando um saldo estimado em R$ 1,25 trilhão.
A instituição também estabeleceu metas de diversidade: até 2030, pretende que, pelo menos, 36% dos cargos de chefia de unidade sejam ocupados por mulheres. No nível de alta gestão, o estatuto atual prevê que pelo menos um terço das posições seja preenchido por mulheres.
Como compromisso climático de longo prazo, a Caixa projeta atingir emissões líquidas zero até 2050, abrangendo emissões diretas, indiretas e as geradas por operações financiadas. Ao longo dos próximos 25 anos, a instituição pretende implantar um modelo baseado na economia circular, reduzindo ao mínimo a destinação de resíduos a aterros e zerando o envio a incineração.
