A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a morte da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, ocorrida na sexta-feira à tarde, é investigada como feminicídio.
A 2ª Delegacia Policial, da Asa Norte, diz que o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessou o crime e está detido no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília. Segundo a investigação, ele não possuía antecedentes criminais. O suspeito responderá por feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, infrações que podem levar a uma pena combinada de até 54 anos de prisão.
O corpo da militar foi localizado pouco depois das 16h, carbonizado e com um corte no pescoço, durante o combate a um incêndio no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RGC), no Setor Militar Urbano. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal relatou ter encontrado grande quantidade de material combustível no local. As edificações vizinhas foram resfriadas e o fogo foi controlado rapidamente.
Maria de Lourdes integrava a fanfarra do regimento, onde atuava como saxofonista. O 1º RCG divulgou nota de pesar pelo falecimento da cabo.
O Exército informou que o soldado foi preso em flagrante após a confissão e que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM). A corporação informou também que o autor deverá ser excluído das fileiras e que está prestando assistência aos familiares da vítima.
O caso se insere em uma sequência de crimes contra mulheres que têm mobilizado o país. Entre os episódios recentes estão: o assassinato, em 28 de novembro, de duas funcionárias de um Cefet no Rio de Janeiro por um colega que em seguida tirou a própria vida; o atropelamento que deixou uma mulher de 31 anos com as pernas mutiladas em São Paulo, após ser arrastada por cerca de um quilômetro no dia 29; o ataque a tiros contra uma ex-companheira em uma pastelaria em São Paulo, registrado no dia 1º; e o incêndio no Recife que teria sido provocado por um homem de 39 anos e matou a esposa grávida e quatro filhos do casal, com prisão em flagrante também no último sábado.
No cenário nacional, autoridades e representantes públicos têm se manifestado sobre a escalada de violência de gênero, ressaltando a necessidade de ações para enfrentar a cultura que alimenta esses crimes.




