O câncer de próstata é um dos mais predominantes entre os homens. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) registrou 65.840 casos em 2020, o que corresponde a 29,2% do total de tumores incidentes na população masculina. Entre 2009 e 2018, o número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por causa da doença subiu 44%. Para piorar, estima-se que 47% dos homens não façam consultas preventivas.
É para mudar esse panorama que ocorre a campanha Novembro Azul. Criada na Austrália em 2003, seu objetivo é chamar a atenção para a saúde do homem como um todo e enfatizar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. A iniciativa foi adotada pelo Ministério da Saúde no Brasil há 11 anos e engloba uma série de eventos que ocorrem neste mês e são realizados também por organizações não governamentais e hospitais.
De acordo com Victor Srougi, urologista do Hospital Moriah e da Universidade de São Paulo (USP), a idade média do paciente com diagnóstico era de 65 anos, mas ela está mudando: “no País se preconiza que a prevenção comece aos 45 anos e para quem tem histórico de casos na família a idade vem caindo. Notamos um aumento do número de diagnósticos e não sabemos se os homens estão procurando o urologista mais cedo e fazendo o diagnóstico precocemente ou se os hábitos de vida deles, como a má alimentação, estão causando mais casos”.

Srougi afirma que os sintomas do câncer, como dificuldade para urinar e sangramentos surgem quando há um tumor ou outros problemas na próstata: “Quando se tem câncer, há alterações detectadas pelos exames de toque retal, pelo PSA ou pelos dois. Se o de toque retal está alterado é preciso investigar. No caso do PSA, mesmo se houver aumento, nem sempre significa câncer. Há outros problemas da próstata que também podem aumentá-lo, como a hiperplasia benigna (aumento de tamanho da glândula), mas, se o PSA subir, a obrigação do médico é investigar para ver se há câncer”.
Segundo ele, o tratamento pode incluir cirurgia aberta ou robótica. “Muitos acreditam que a cirurgia robótica seja muito melhor, pois a recuperação é mais rápida, ela é menos invasiva, com menos tempo de internação e sem dor, mas o resultado final em relação ao combate do câncer é similar com os dois métodos. Na prática, precisamos viver de forma saudável e equilibrada e ficarmos atentos a alterações da próstata, além de fazer atividades físicas regulares, o que diminui o risco de câncer de próstata e de outros problemas da saúde e eleva a qualidade de vida”, conclui.