O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (12) que mantém a proposta de criação de uma moeda comum para os países do Brics e que a ideia precisa ser testada antes de ser abandonada.
Em entrevista à Band News, o presidente disse considerar o bloco um sucesso para o Brasil e avaliou que a participação do país no Brics pode provocar incômodo nos Estados Unidos. Lula também ressaltou que o grupo reúne metade da população mundial e cerca de um terço do PIB global.
Atualmente, o Brics é formado por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Sobre a dependência do dólar, Lula declarou não saber se medidas de taxação dos EUA sobre produtos brasileiros estão relacionadas ao avanço do Brics. Ele defendeu a discussão sobre negociar em moedas locais e a busca por uma moeda de comércio entre os membros do bloco, em vez de depender exclusivamente da moeda americana.
O presidente também reafirmou apoio ao multilateralismo como instrumento para equilibrar negociações comerciais entre países de diferentes portes e evitar a predominância de um Estado maior sobre outro menor.
Lula lembrou que abrirá a Assembleia Geral da ONU em 23 de setembro e afirmou que defenderá, no fórum, o multilateralismo, a soberania do Brasil e a pauta ambiental. Ele criticou o descumprimento do Protocolo de Quioto e a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
Além disso, informou ter enviado esta semana uma carta convidando o presidente dos EUA, Donald Trump, para a COP, sem ter recebido resposta até o momento.