O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou nesta quarta-feira (14) a sanção aplicada pelos Estados Unidos a dois profissionais brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, durante inauguração de uma nova etapa da fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Pernambuco.
Na véspera, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a revogação de vistos de funcionários do governo brasileiro, de ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e de familiares. A administração norte-americana justificou a medida afirmando que os atingidos atuaram na implementação do Mais Médicos enquanto trabalhavam no Ministério da Saúde e que teriam ligação com o trabalho forçado do governo cubano.
Entre os afetados estão o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, e o ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral da COP30, Alberto Kleiman. As revogações atingem também familiares dos profissionais.
O Ministério da Saúde divulgou uma manifestação em defesa do Mais Médicos após a sanção. A pasta ressaltou a continuidade do programa e destacou sua abrangência no país.
Segundo dados do ministério, o Mais Médicos reúne atualmente mais de 28 mil profissionais em todo o Brasil, sendo mais de 95% deles brasileiros. A pasta também aponta que o programa contribuiu para a abertura de vagas e cursos de medicina, ampliando o número de jovens que se formam e ocupam essas vagas.
Após a revogação do visto, Mozart Sales publicou no Instagram posições favoráveis ao programa, ressaltando seus impactos na atenção básica.
A inauguração da nova etapa da fábrica da Hemobrás em Pernambuco marcou a cerimônia na qual o ministro manifestou sua reação às medidas dos Estados Unidos.