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sexta-feira, agosto 15, 2025

Influenciador denuncia que criadores de conteúdo exploram crianças

Denúncias de material sexual envolvendo crianças e adolescentes registradas pela ONG SaferNet subiram 114% após o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicar vídeo sobre monetização de conteúdo que explora menores.

O vídeo, que ultrapassou 38 milhões de visualizações, chamou atenção para a comercialização de vídeos com crianças e adolescentes em situações sexualizadas. A medição da SaferNet considerou o período entre 6 de agosto, data da postagem, e 0h de terça-feira (12), quando o sistema de denúncias da organização contabilizou 1.651 denúncias únicas. No mesmo intervalo de 2024, o hotline havia recebido 770 relatos.

A SaferNet também comparou números semestrais: no primeiro semestre de 2025 foram registradas 28.344 denúncias, ante 23.799 no primeiro semestre de 2024 — alta de 19%, considerada modesta frente à queda de 26% observada no ano anterior.

Como são contabilizadas as denúncias
A entidade explica que as “denúncias únicas” são relatos anônimos enviados por usuários e submetidos a um processo de filtragem antes de serem encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF). Nesse procedimento, a ONG coleta evidências, remove links duplicados e agrupa comentários relacionados a mesmas URLs. A avaliação do mérito — isto é, a verificação do teor dos links e a existência de indícios de crime — é feita por técnicos e analistas do MPF, que têm competência para instaurar investigações cíveis e criminais em temas de direitos humanos.

Questões apontadas
O material divulgado por Felca ressalta problemas que a SaferNet vem monitorando desde o ano passado: o uso do Telegram como plataforma para distribuição e comercialização de vídeos de abuso e a adoção de acrônimos, siglas e emojis por grupos que trocam esse tipo de conteúdo. Entre as expressões identificadas em grupos de troca e venda está a sigla “cp” (child porn).

Terminologia e gravidade
A SaferNet orienta evitar o uso do termo “pornografia infantil”, por entender que ele minimiza a gravidade dos crimes. A organização ressalta que a posse, o registro, a distribuição e a venda de imagens de abuso e exploração sexual de menores ampliam e perpetuam os danos decorrentes de estupro, abuso e exploração sexual.

Sobre a SaferNet
A ONG completa 20 anos em dezembro e é referência no trabalho de promoção dos direitos humanos na internet no Brasil. Mantém o Canal Nacional de Denúncias, em convênio com o MPF, e o Helpline Ajuda.org.br, voltado a vítimas de violência e problemas online. Entre suas iniciativas estão projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital.

Matéria atualizada em 15/08 às 09h50 para ajustes no título e no primeiro parágrafo.

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