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terça-feira, setembro 2, 2025

China, Rússia e Índia anunciam proposta de nova ordem mundial

O presidente chinês Xi Jinping propôs, nesta segunda-feira (1º), a criação da Iniciativa de Governança Global (IGG), apresentada como possível base para uma nova arquitetura internacional. A sugestão foi feita durante reunião em Tianjin com cerca de 20 líderes de países não ocidentais, entre eles o russo Vladimir Putin e o indiano Narendra Modi.

O anúncio ocorreu no encontro da Organização para Cooperação de Xangai Plus (OCX), fórum fundado em 2001 que reúne 10 membros, dois observadores e 15 parceiros. Xi afirmou que a governança global enfrenta ameaças como a persistência de mentalidades da Guerra Fria, o hegemonismo e o protecionismo.

A proposta chinesa estabelece cinco princípios para a nova governança: igualdade soberana entre Estados; respeito ao direito internacional; multilateralismo; enfoque centrado nas pessoas; e adoção de medidas concretas para implementação.

O encontro acontece em um contexto de tensões comerciais e diplomáticas com os Estados Unidos. Recentemente, Washington aplicou tarifas sobre diversos parceiros, e pressionou a Índia a reduzir compras de petróleo russo — exigência que Nova Délhi tem rejeitado. As tarifas sobre produtos indianos chegam a 50%, conforme decisões tomadas no governo de Donald Trump, segundo registros oficiais.

Na cúpula, representantes da Índia, da Rússia e da China participaram de encontros bilaterais. Foi a primeira viagem do primeiro‑ministro indiano à China em sete anos. O evento também antecede as comemorações do 80º aniversário da vitória chinesa na luta contra a ocupação japonesa, para as quais Pequim espera cerca de 50 chefes de Estado no desfile militar previsto para a próxima quarta‑feira (3).

Pequim vinculou a iniciativa de governança a projetos de integração regional, citando ainda a promoção de cooperação de alto nível no âmbito do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative). A China anunciou assistência financeira de US$ 280 milhões para membros da OCX e um empréstimo adicional de 10 bilhões de yuans a bancos associados ao fórum.

A organização também tem ampliado ações conjuntas em áreas como inteligência artificial, combate ao narcotráfico e energia verde. Moscou informou haver vários países candidatos a aderir à OCX, sinalizando interesse internacional pelo diálogo promovido pelo bloco, e declarou disposição para tratar das propostas chinesas. Em encontros bilaterais, Índia e Rússia discutiram aprofundamento da cooperação em comércio, fertilizantes, espaço, segurança e cultura, além de pontos sobre processos regionais e o conflito na Ucrânia.

China e Índia vêm buscando normalizar relações marcadas por tensões fronteiriças. Autoridades chinesas qualificaram o encontro em Tianjin como sequência de um processo de aproximação iniciado em Kazan, durante a cúpula do BRICS de 2024, e apontaram avanços práticos, como a manutenção da estabilidade em áreas de fronteira e planos para retomar voos diretos.

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