O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD) venceu o leilão de concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR), realizado na B3, em São Paulo. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) concedeu o trecho por 25 anos, em operação considerada a primeira desse tipo no país.
A licitação adotou modelo híbrido, combinando competição por maior outorga e por menor tarifa aos usuários. A empresa vencedora ofereceu desconto de 12,63% sobre a tarifa de referência — percentagem máxima prevista no edital — e apresentou a maior outorga, de R$ 276 milhões, após 18 lances em viva-voz. Outras três empresas participaram da disputa.
O projeto transfere à arrendatária a responsabilidade pela dragagem, hoje a cargo do porto público, além da obrigação de ampliar a profundidade do canal. O governo do Paraná classificou a iniciativa como inédita no Brasil.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou em São Paulo que o modelo adotado para Paranaguá deve servir de referência para futuras concessões portuárias, com intenção de incluir ao menos os canais de Santos (SP), Itajaí (SC) e Salvador (BA). Segundo o ministério, a meta é realizar os leilões desses canais até 30 de abril do próximo ano, com o objetivo de concluir processos e executar os certames já no primeiro semestre de 2026. A previsão de investimentos supera R$ 8 bilhões, conforme comunicado sobre o avanço dos trâmites na Antaq e no Tribunal de Contas da União (TCU), no caso de Itajaí.
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, esteve presente na B3 durante o leilão. O resultado do certame inclui a redução da tarifa de referência e a outorga de R$ 276 milhões, apontando impacto direto nas condições de uso do Porto de Paranaguá e na cadeia logística associada ao terminal.