O Ministério da Saúde anunciou, em evento no Hemocentro de Brasília na sexta-feira (24), a intenção de ampliar a oferta do medicamento emicizumabe para crianças de até seis anos com hemofilia. A expansão deve começar no mês que vem e será encaminhada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) para avaliação.
Atualmente, o emicizumabe já é disponibilizado na rede pública para pacientes a partir de seis anos, nos casos em que há identificação de anticorpos inibidores ao uso do fator VIII. A expectativa do ministério é que a ampliação beneficie crianças e famílias afetadas pela doença.
A diferença em relação ao tratamento tradicional é prática: a reposição do fator VIII exige infusões intravenosas frequentes, enquanto o emicizumabe é administrado por via subcutânea, com esquema aproximado de uma aplicação semanal. Segundo o ministério, esse regime é menos invasivo e tende a reduzir a frequência de sangramentos, além de facilitar a adesão ao tratamento.
O governo informou ainda estimativas de custo para quem precisasse arcar com o medicamento de forma privada: entre R$ 300 mil e R$ 350 mil por ano por família. A incorporação pelo SUS, conforme o ministério, representaria um investimento público significativo e ampliaria o acesso gratuito ao tratamento no país.
Autoridades do ministério ressaltaram que a medida pode reduzir a carga sobre cuidadores e melhorar a rotina das famílias, ao diminuir a necessidade de deslocamentos e procedimentos venosos. O pedido será formalizado à Conitec para análise técnica e posterior deliberação.



