O trabalho remoto caiu pelo segundo ano seguido no Brasil. Em 2024, 6,6 milhões de pessoas trabalhavam em casa, ante mais de 6,7 milhões em 2022. Em proporção, a participação passou de 8,4% em 2022 para 7,9% em 2024, com um ponto de inflexão em 2023, quando 6,61 milhões (8,2%) estavam em home office.
Os dados constam de edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE em 19 de junho, no Rio de Janeiro. A série anual cobre desde 2012, exceto 2020 e 2021, anos em que a coleta foi interrompida pela pandemia.
As proporções referem-se a um universo de 82,9 milhões de trabalhadores em 2024, excluindo empregados do setor público e trabalho doméstico, conforme critério do instituto.
A classificação utilizada pela pesquisa inclui também profissionais que atuam em coworkings entre os que trabalham no domicílio de residência.
Perfil por sexo
As mulheres representavam a maioria entre os que trabalham em casa, correspondendo a 61,6% desse grupo. Em termos relativos, 13% das mulheres estavam em home office, ante 4,9% dos homens.
Evolução histórica
Antes da pandemia, em 2012, a parcela de trabalhadores em domicílio era de 3,6%. Houve crescimento até 2022, quando alcançou 8,4%, seguido de recuo em 2023 e 2024. Ainda assim, o índice de 2024 permanece acima dos níveis pré-pandemia.
Reação do mercado
Algumas empresas reduziram o escopo do trabalho remoto neste ano. No início de junho, o Nubank anunciou uma transição gradual para menos home office; o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região informou que 12 funcionários foram demitidos em decorrência da mudança. Em março, houve paralisação de trabalhadores da Petrobras em protesto contra a diminuição do teletrabalho, entre outras reivindicações.
Locais de trabalho (percentual do total)
– Estabelecimento do próprio empreendimento: 59,4%
– Local designado pelo empregador, patrão ou freguês: 14,2%
– Fazenda, sítio, granja, chácara etc.: 8,6%
– Domicílio de residência: 7,9%
– Veículo automotor: 4,9%
– Via ou área pública: 2,2%
– Estabelecimento de outro empreendimento: 1,6%
– Domicílio do empregador, patrão, sócio ou freguês: 0,9%
– Outro local: 0,2%
Trabalho em veículo
A participação de trabalhadores que atuam em veículo automotor cresceu de 3,7% em 2012 para 4,9% em 2024. Esse aumento acompanha a expansão de serviços de transporte por aplicativo e o crescimento de negócios móveis, como food trucks. Entre os homens, 7,5% trabalham em veículo; entre as mulheres, a parcela é de 0,7%.
