A falta de tempo é apontada como o principal obstáculo para o consumo de produtos culturais no Brasil, citada por 33% dos entrevistados. Em seguida aparecem a falta de interesse (29%) e a falta de recursos financeiros (24%).
Os dados constam da Pesquisa Nacional sobre Cultura no Brasil, divulgada nesta sexta-feira (5) durante o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR+Ibero-América). O evento ocorre no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), em Fortaleza, até domingo (7).
O levantamento foi encomendado pelo Ministério da Cultura ao Instituto Nexus. Foram ouvidas 2.016 pessoas, em amostragem realizada pelo mesmo método usado em pesquisas eleitorais, para garantir representatividade nacional.
Sobre tipos de consumo, música lidera entre os produtos culturais, alcançando 53% dos entrevistados. Em seguida vêm filmes (52%), séries (40%) e novelas (32%).
Em relação à ida a equipamentos culturais nos 30 dias anteriores, 24% relataram ter participado de shows ou festivais de música; 23% foram ao cinema; 15% visitaram feiras ou festas literárias; 8% foram a bibliotecas; e 7% frequentaram teatros. Outros 47% não souberam ou não responderam à pergunta, indicador de que quase metade da população não visitou nenhum desses espaços no período.
Na lista de desejos de visita, 33% manifestaram interesse em ir ao cinema, 27% em assistir a um show ou festival de música e 18% em ir ao teatro. Entre festas populares, o São João aparece com 31% e o carnaval com 28%.
Quanto aos meios de acesso a produtos culturais, o celular é o principal dispositivo, usado por 62% da população. A televisão atinge 53% e o rádio, 9%.
O estudo também trouxe dados sobre plataformas de streaming: 58% dos entrevistados indicaram acesso ao Netflix, 23% ao YouTube Premium e 21% ao Globoplay.
Sobre percepção e política cultural, 34% acreditam que a cultura brasileira é valorizada no exterior. Ao todo, 71% consideram que a cultura tem impacto positivo na imagem internacional do país. Ainda segundo a pesquisa, 84% veem como importante o apoio a artistas e produtores locais, e 53% avaliam que a cultura ocupa espaço relevante na agenda do governo federal.
