O pau‑brasil, árvore símbolo do país e classificada como criticamente ameaçada, recebeu novas salvaguardas em âmbito internacional.
Na sexta‑feira (5), a 20ª reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) aprovou por consenso uma resolução proposta pelo Brasil. O texto aprimora a regulamentação sobre o uso e o comércio da espécie.
A resolução diferencia com maior precisão usos comerciais e não comerciais do pau‑brasil. Entre as principais pressões identificadas para exploração da madeira estão a fabricação de cravelhas e arcos para instrumentos musicais, com demanda concentrada em mercados internacionais, como Europa e Estados Unidos, segundo o Ibama.
O novo texto estabelece regras mais claras para a circulação internacional de instrumentos musicais feitos com madeira de pau‑brasil. Mantém também a possibilidade de comercialização de instrumentos produzidos antes da entrada em vigor da convenção e reforça a proibição do comércio de espécimes silvestres.
Países importadores passam a ter obrigações ampliadas de rastreamento e identificação dos estoques. A resolução ainda prevê estímulo a pesquisas sobre espécies alternativas para a fabricação de instrumentos musicais.
O Ministério das Relações Exteriores considera que a decisão representa um avanço para a conservação do pau‑brasil.
Estimativas indicam que a espécie perdeu 84% de sua população nos últimos 150 anos devido à extração ilegal. Hoje restam cerca de 10 mil árvores, muitas isoladas e com baixa capacidade de regeneração.
