O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena, firmou parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein para criar uma plataforma nacional de dados ambientais voltada a integrar e padronizar informações sobre saneamento e monitoramento da água em territórios indígenas, com ênfase nos impactos das mudanças climáticas.
A iniciativa busca suprir a escassez de dados sobre saneamento que, segundo autoridades, contribui para a maior incidência de doenças entre populações indígenas em comparação com a média nacional.
Levantamento da Fiocruz com dados de 2021 a 2024 aponta alta prevalência de diarreia, verminoses e hepatite A em comunidades indígenas. O estudo associa essas doenças ao consumo de água não tratada, ao descarte inadequado de resíduos e à ausência de coleta de lixo.
A nova plataforma reúne variáveis ambientais — como temperatura, níveis de poluição e umidade — e as relaciona com indicadores de saúde, incluindo internações e óbitos, para identificar correlações entre condições ambientais e agravos sanitários. A apresentação do projeto ocorreu durante a COP30.
O sistema atenderá os 34 distritos sanitários especiais indígenas, abrangendo mais de 800 mil pessoas e cerca de 7 mil aldeias em todo o país. No Pará, sede da COP30, estão incluídos três distritos que totalizam 15 comunidades.
Além de monitoramento, a ferramenta servirá para emissão de notificações e para resposta a eventos extremos e a falhas em sistemas de abastecimento, como enchentes e secas, permitindo maior previsibilidade na demanda por serviços de saúde.
Na COP30, o Ministério da Saúde reafirmou o compromisso de ampliar o acesso à água potável e aos serviços de saneamento nos territórios indígenas. O projeto integra o Programa Nacional de Saneamento Indígena, que já reúne uma rede com mais de 200 organizações parceiras da sociedade civil, de pesquisa e de organismos internacionais.




