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sábado, junho 21, 2025

Secretário diz que policiais foram recebidos a tiros, Cemi diz que indígenas foram atacados por policiais e fazendeiros

Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, disse na tarde desta sexta-feira (24/6) que policiais militares do Batalhão de Choque foram recebidos a tiros no momento que atendiam ocorrência em propriedade rural no município de Amambai. 

No ocorrido, três pessoas ficaram levemente feridas feridas e mais outras seis pessoas pessoas entre indígenas e paraguaios que vivem nas imediações também saíram lesionados.

A informação inicial da possibilidade de duas mortes na região não foi confirmada. 

O Conselho diz temer que um novo confronto envolvendo policiais, indígenas e fazendeiros ocorra nas próximas horas na região.

Desde a noite de ontem (23/6) o clima era de tensão no local pelo fato dos guaranis kaiowá ocuparem área que alegam ser parte do território Guapoy. A informação do Cimi contraria a afirmação do secretário.  

O Cimi

Nesta tarde, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) se pronunciou sobre o ocorrido através de nota distribuída à imprensas.

Após indígenas dos povos Guarani Kaiowá retomarem, novamente, parte do território de Guapoy, no município de Amambai (MS), policiais militares e fazendeiros invadiram a área, na manhã desta sexta-feira (24/6), no intuito de expulsar, através do uso da força, os indígenas – mesmo não havendo ordem judicial. A retomada foi realizada na tarde de ontem (23/6).

Até o momento, há relatos de que os policiais dispararam tiros de bala de borracha contra os indígenas, deixando ao menos seis feridos – dois deles foram deslocados para a capital do estado, Campo Grande (MS). Também há informações de que haveria policiais feridos.

Apesar de estar circulando relatos de que há dois indígenas mortos, ainda não há uma confirmação.

Na noite dessa quinta-feira (23), o clima já era de tensão e a ação da polícia e fazendeiros se premeditava. Diante das informações dos feridos, do contingente populacional local e do histórico de violência na região, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) teme que a situação evolua rapidamente para um novo episódio de massacre contra os Guarani Kaiowá, como o ocorrido em 2016, em Caarapó (MS).

A reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas.

Para os Guarani Kaiowá, Guapoy é parte de um território tradicional que lhes foi roubado – quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai. Os indígenas clamam atenção, exigem proteção às suas vidas e seus direitos.

O Ministério Público Federal confirmou, na tarde desta sexta-feira (24/6), que a Polícia Federal irá se deslocar até Guapoy.

Além de seguir acompanhando o caso, o Cimi pede, com urgência, o envolvimento de órgãos federais, bem como do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), a fim de controlar a situação e investigar os episódios.

A comunidade, confinada à beira de uma rodovia, aguarda há décadas a conclusão dos estudos que já identificaram a área como de posse tradicional dos Guarani e Kaiowá. Na noite de quinta-feira, haviam avançado preliminarmente apenas até uma área de pastagem, vizinha à faixa de mata que já ocupavam, e decidiram ocupar a sede de uma fazenda que se encontra dentro de seu território.

Os indígenas identificaram entre seus agressores fazendeiros locais e seguranças que, segundo eles, podem se tratar de segurança privada uniformizada ou até mesmo indivíduos ligados à força de segurança pública. Muitos disparos foram efetuados, forçando os indígenas a deixarem a sede da fazenda e retornar para a beira da rodovia, no acampamento Kurupi.

A retomada, segundo os indígenas, se justifica pelas diversas ameaças que voltaram a sofrer dos fazendeiros na região e, ao mesmo tempo, por medo das demarcações sofrerem retrocessos no atual cenário político em que a Funai está inserida e com a retirada de pauta do julgamento do Recurso Extraordinário. Ainda segundo eles, a ocupação da sede foi pacífica, e o caseiro que lá se encontrava foi imediatamente liberado.

Pela vulnerabilidade do local onde os indígenas se encontram, que permite o acesso tanto pela rodovia quanto pela mata próxima à fazenda, a comunidade de Kurupi teme por ataques ao longo dos próximos dias. Vale ressaltar que existe contra este território um longo histórico de violência e violações, como queima deliberada de barracas e até mesmo casos de tortura.

A comunidade de Kurupi pede socorro e solicita das autoridades, em especial do Ministério Público Federal, que possam ser deslocados até o local forças de segurança, para garantir a integridade das famílias indígenas e ajudar na localização dos desaparecidos.

Ao longo do dia, a equipe do Cimi Regional Mato Grosso do Sul estará buscando mais informações sobre o caso.

Fonte Cimi.

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